quinta-feira, 10 de abril de 2008

E tenho eu a minha cabeça doente,
só de pensar em fazer apetece parar
de ver seja o que for que apareça á frente
até este livro sujo que tenho para estudar.

E tenho a cabeça doente,
preguiça tenho nos olhos para ver
a minha alma já tão dormente.

E a doença não tem cura,
cada dia vejo mais mas nada sei,
como uma pedra redonda e dura
sem mandamentos ou qualquer lei
está esta cabeça em que o sono perdura.
E adormecido continuo por ai andando,
arrastando os sapatos no cimento do chão
há quem chame a estas ruas a sua cura
mas para mim continua a ser a perdição.
Bala que não mata mas fura,
o negro desta rua a que eu chamo coração.

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