quarta-feira, 11 de junho de 2008

O meu amor morreu

O meu amor morreu,
morreu ontem, ou talvez á mais anos,
mas o meu amor desfaleceu.

Não me lembro sequer das suas cores,
nem tão pouco do inigualável rosto,
já não sinto, apenas recordo as suas dores,
recordo-as na minha alma a todo o custo.
O meu amor morreu á dois dias,
ou talvez á dois anos, não sei bem...
mas o meu amor morreu-me nas noites frias
matou-me todo o desejo que elas tem.

Não recordo o seu doce sabor,
mas recordo a eterna amargura.
Recordo a sua paz na minha dor
o seu doce gesto da sua ternura.
Mas o meu amor afinal não existe,
e nem hoje ainda o consigo aceitar.
O meu amor morreu triste
na dor que veio para sempre ficar.

Mas morreu o meu amor e eu não sei,
morreu um dia nos braços de alguém,
morreu ele e eu no tempo parei
para um dia morrer também.
Morreu, perdeu-se na escuridão
nos olhos cegos que eu transporto,
morreu com ele toda a paixão
para que sem remorsos um dia eu caia morto.

E ainda o sinto a matar-me devagar
porque devagar o fim se anunciou.
Sinto-o lento a querer matar
a pouca vida que em mim restou.

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