E eu não sou poeta algum sem ti,
não sou poeta sequer quando respiro.
Não, não escrevo sequer linha sem ti,
não há palavra que me ocorra sem ti.
Não há sequer uma dor, nem isso há.
E habituado estava eu a escrever a dor
que já nem sei demonstrar esta alegria.
Não há forma de elucidar este pavor,
não tenho palavras para descrever tal fantasia
que me percorre as veias sem deixar ver
que não vejo como apagar este lume,
gigante, imenso, sentido, tamanho ardor.
E se quiseste vir mais devagar que o tempo,
eu respeito os minutos meus que te dou.
Se quiseste soprar-me mais lento que o vento,
eu repito as palavras e lembro-te que contigo estou.
Se não vejo sequer o passado contigo,
eu não minto ás minhas palavras!
Não minto e te digo que este sol me entristece,
mas minto quando te digo que não quero e não posso
e meu coração de tal amor padece.
Mas não minto quando me lembro que mar é este
e as ondas que já me enrolaram na sua espuma,
não considero jamais isto mais um teste
á lembrança que apenas já venho a sua bruma.
domingo, 12 de outubro de 2008
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